Como convencer na empresa que o LSS dá dinheiro? – Parte II
O objetivo de projetos LSS é que o capital se reduza e que o lucro aumente na empresa, melhorando indicadores financeiros que os acionistas e controladores querem avaliar continuamente, tais como retorno sobre o capital empregado (ROCE ou ROACE), resultado antes dos impostos e depreciação (EBITDA), ou apenas impostos (EBIT). Portanto toda vez que nos referirmos a benefícios de LSS estamos falando do impacto em ambos, no capital empregado (CE) e no lucro (P&L).
Proponho a utilização de uma linguagem comum que seja facilmente entendida pela comunidade financeira e pelos gestores e agentes de LSS, que seja simples, confiável e flexível para que possa ser adotada em toda a organização. Vou identificar apenas três tipos de benefícios de acordo com o seu impacto no P&L e no capital:
– Benefício Real, ou de 1ª Ordem – efeito líquido real de projetos LSS que melhoram o lucro ou o capital empregado da empresa, quando comparado com um valor “baseline”
– Benefício Potencial, ou de 2ª Ordem – não há efeito real sobre o baseline, pois é condicionado a outros eventos . Embora seja um efeito considerado positivo, seu benefício é apenas potencial. Exemplos são: uma alteração que permite melhor lucro ou capital num futuro indefinido, o aumento de capacidade que ficará ociosa.
– Benefício Intangível, ou de 3ª Ordem – benefício intangível e não mensurável, como por exemplo no meio ambiente (o beneficiário não é a própria empresa); a melhora no nível de serviço ao cliente, ou a melhora da imagem da empresa. Abaixo um sumário (Fig. II)
Usei acima o conceito de “baseline” sem explicar o que significa. Em LSS a identificação do nível ‘status quo’ (sem a introdução de mudanças) de uma variável que se deseja influenciar com um projeto LSS é chamada de baseline. Aqui estamos adaptando o conceito para representar o valor do lucro e do capital empregado nas condições de operação estimadas, sem a introdução do projeto LSS.
Perguntas Chave
Para estabelecer qual o valor de cada benefício de um projeto LSS temos que comparar o lucro e o capital resultantes da realização do projeto com seus valores na hipótese do projeto não ter sido realizado. Portanto a primeira pergunta chave é: “qual o valor do lucro e capital se o projeto não tivesse sido realizado?”. Na sequência, utilizando as próprias definições das três ordens de benefícios, verifica-se se o projeto traz um benefício real ou apenas potencial. Se é qualitativo ou imensurável, deve-se considerar intangível. Na prática o exercício de racionalizar cada benefício do projeto em termos de seu impacto é trabalhoso, mas essencial para que a comunicação aos gestores e à companhia sejam claros.
Lucro e Caixa
Ao se aumentar o lucro do exercício (Resultado), naturalmente o mesmo montante será adicionado ao caixa. Mas se melhoramos o caixa apenas um determinado percentual se reverte para o lucro, dependendo da taxa de retorno conhecida por sua sigla em inglês WACC (weighted average cost of capital), que representa a taxa de retorno que a empresa espera oferecer como compensação a seus investidores. No próximo e último artigo desta série discutirei como integrar essa metodologia com as práticas usuais de Planejamento Financeiro da empresa. Caso se interesse pelo assunto, ou tenha um real problema de validação de ganhos em sua empresa, convido-o a seguir o link e visitar a página da MI Domenech a que me associei como consultor.
Roberto B. Silva
Executivo de Finanças, Green Belt e Consultor
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